É da Papoula que se obtém o ópio. |
O ópio é o suco extraído de algumas espécies da flor da papoula da família das Papaveráceas, originárias da Ásia Menor e cultivadas na China, Irã, Índia, Líbano, Grécia, Turquia e sudoeste da Ásia.
Esse suco resinoso é um látex leitoso e coagulado, que ao secar, torna-se uma pasta. Depois essa pasta é fervida para transformar-se em ópio, que se consome mascado ou fumado. Hoje em dia também é comercializado em pó, em formato de comprimidos e supositório.
É uma planta conhecida há mais de cinco mil anos e utilizada desde então como medicamento para os mais diversos fins, como no tratamento de insônia e constipação intestinal. O grego Hipócrates, o pai da medicina, descreveu na Odisseia os efeitos medicinais do ópio no tratamento de diversas enfermidades.
No início do século XVI Paracelso, médico e alquimista suíço, criou o láudano, um concentrado de suco de papoula, que indicava para tratar de várias enfermidades e até para rejuvenescer.
Seu uso mascado ou fumado provoca euforia, seguida de um sono onírico. Seu efeito dura de três a quatro horas. É uma substancia altamente viciante, provocando dependência física e psíquica com pouco tempo de uso. Mesmo assim é usado em larga escala na medicina na forma de morfina, tebaína, narcotina, narceína, codeína e papaverina.
Todos derivados opiáceos são depressores do SNC (Sistema Nervoso Central), produzindo analgesia e efeitos hipnóticos. Em grandes doses podem deprimir outras regiões cerebrais, diminuindo a freqüência cardíaca, a respiração e a pressão sanguínea, podendo levar ao estado de coma e até a morte por falha respiratória. Sua taxa de letalidade aumenta quando consumida em conjunto com álcool ou barbitúricos.
O comércio de ópio gerou duas guerras entre o Reino Unido e a China no século XIX. Os britânicos dominavam o comércio mundial na época e compravam da China seda, porcelana e chá, produtos que proporcionavam grande lucro no mercado europeu. Os chineses por sua vez não se interessavam por quase nada produzido na Europa. Foi aí que os britânicos começaram a traficar ópio da Índia para a China, visando provocar dependência desse produto entre os chineses. Conseguiram e e causaram grande estrago na sociedade chinesa, tanto em comportamento antissocial como na balança comercial. O governo chinês resolveu proibir a transação da droga, e os ingleses, que possuíam o mais forte exército e marinha da época, declararam guerra à China. Os chineses perderam a guerra e se viram obrigados a aceitar as exigências britânicas, cedendo inclusive o controle da ilha de Hong Kong durante mais de cem anos.
O uso constante de ópio causa deterioração intelectual, irritabilidade, desmotivação, diminuição da resistência física, indisposição, sonolência e isolamento social.
Provoca uma séria crise de abstinência, causando diarreias, falta de apetite, sudorese, tremores musculares, câimbras, insônia, náuseas e vômitos.
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